quarta-feira, 30 de junho de 2010

Audax Boituva Parte 1: A ansiedade

Muita gente me questiona: mas pq o audax? é competição? ganha alguma coisa?


E eu fico até sem jeito de responder que na verdade é um desafio não-competitivo, que só tem a função de te dar "pre-requisitos" para participar de provas no exterior. Sem grandes expectativas.

Parece simples assim, mas não é! Desafios de longa distância - como o audax - pedem do corpo e da mente uma preparação que vai (muito) além dos treinos de final de semana. Ao completar a prova se recebe um certificado, uma foto e um "parabens" dos organizadores e amigos. Eles anotam seu tempo e revelam se você cumpriu antes ou depois do limite, e só.

Esse limite é uma forma de controlar quem pode ou não passar pra proxima fase, ou seja, se o ciclista está "liberado" pra fazer os 300km, depois os 400km, e assim por diante.

Acontece que muitos de nós não está nem aí pra isso. Só quer tentar cumprir o percurso e se divertir. Foi nesse espírito que juntamos uns amigos 'audaciosos' e nos mandamos pra Boituva, interior de SP nesse final de semana (dias 26 e 27/06).

Uma parte deles (por já ter feito os 200km antes) foi fazer os 300km, e outra parte ficou no desafio 150km - me incluindo.

Controlar a ansiedade é a primeira grande chave. E não digo apenas às vésperas da prova. A semana que antecedeu o Audax foi assim, entre medos e alegrias, ansiedade e incerteza, noites mal dormidas e fome (ou falta dela) incontrolável.

Saber o que comprar pra bike, o que levar na viagem, revisar a magrela, enfim, tudo era decidido pensando na alta quilometragem que teriamos que enfrentar. E todas as escolhas influenciariam DIRETAMENTE na sua performance.

Não preciso nem falar como foi na véspera ne? Eu e Sarinha chegamos quase meia-noite em Boituva, na sexta. Mesmo sabendo que no outro dia teríamos que estar já na estrada, pedalando e lindas às 7h da matina. Ao chegar no hotel e encontrar a Jeanne tivemos a certeza de que aquela noite seria longa, longa, loooooooooonga!

E foi...

Não dormimos quase nada. A ansiedade e nervosismo não deixaram. Às 4h da madrugada levantei e já tava no banho. Logo depois as outras meninas também levantaram e fizeram uma sessão incrivel de yoga, lá no quarto mesmo. Foi sensacional. Ajudou a alongar os músculos e preparar corpo/mente pra aquele dia que tinha tudo pra ser inesquecivel.

Mesmo tendo acordado tão cedo, conseguimos chegar na concentração EM CIMA da hora!! ok!! Estavamos lá, junto com os outros. Um pouco mais de tranquilidade e conforto de rever os amigos, mas logo passou.

A energia que emanava pedia pra pedalarmos logo. Até que finalmente partimos!! Aos poucos aquelas sensações do começo foram passando e dando lugar a outras. A magia das primeiras pedaladas anunciava a solidão que seguiria dali em diante.

Sim! Pedalamos sozinhas. Cada um no seu ritmo, sua pegada, sua velocidade, sua bicicleta!

(continua...)


PS.: Jeanne, não tenho fotos suas! Elas devem estar na máquina da Sarah ou do Silas! :(





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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sem preconceito



O centro de São Paulo ficou ontem mais colorido e divertido, o lugar onde as máquinas sempre predominam foi substituído por vida! Tinha gente de tudo que é jeito. Era poético, inspirador, bonito de se ver.

A Parada Gay é um dos poucos eventos que consegue parar São Paulo e tornar a vida dos motoristas um tanto (mais) difícil. As ruas ficam fechadas pras pessoas durante todo o percurso (que não é nada modesto) o domingo inteiro: um pedaço da nove de julho, avenida paulista (inteira), rua da consolação e algumas paralelas.

Caminhar/pedalar por ali sem a presença massacrante dos automóveis faz qualquer um enxergar e ouvir a cidade de outra forma, sobre um novo ângulo. As ruas estavam entupidas de pessoas, muito colorido, música, animação e, claro, bebuns!!



Um mar de gente gritando por 'mais cidadania e menos homofobia' - o que me remetia ao lema cicloativista de 'menos carro, mais bicicleta'. Uma big massa crítica manifestando pelos direitos homosexuais. Bonito por um lado, mas triste por outro.

A quantidade de sujeira e péssimo cheiro de mijo me despertavam o tempo todo: "Sim, isso é Brasil!". É impressionante como a pouca educação e senso de coletividade são regras em grandes eventos. Sendo que definitivamente não precisava!

Ao final da Parada Gay, umas 19h, vários carros de limpeza tentavam amenizar o estrago, mas nem a água desperdiçada pra 'higienizar' as ruas foi suficiente. Quem passou pela Paulista hj notou os pacotes de camisinhas 'enfeitando' as calçadas e portas de loja.




E pobre da natureza, sempre sofre, sempre ela!
Mas o melhor momento pra mim foi subir a Consolação, de roda fixa, na contramão e perceber que ela é bem menos íngrime que a Rua Augusta, mas o luxo de fazer isso é pra poucos, pois hoje a guerra no trânsito continua e será impossivel fazer isso mais uma vez.

Fotos minhas e do @maucantara
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terça-feira, 1 de junho de 2010

Fixed Gear Wardrobe


Quem não tem mais espaço na garagem pra guardar a bicicleta, inventa outras funções pra ela!

Bike-guarda-roupas
moderno, prático e hype!
=)
e não reparem a bagunça
;)