Foto: Luddista
O que ocorreu na noite do dia 11 de novembro foi mais do que um fato incomun, foi praticamente um evento histórico, um dia que jamais vou esquecer. Talvez o momento que mais senti o verdadeiro acolhimento que a cidade de São Paulo teve comigo, pra mim.
Quarta-feira, 22h, estava na casa de uns amigos, Vila Mariana, recém casados e recém chegados da Lua-de-mel no Caribe. Papeamos, jantamos, vimos fotos e videos da viagem quando de repente PUMBA! Apagou tudo. Achavamos que a queda de energia tivesse sido no prédio ou (na maximo) no quarteirão, até olhar pela janela e nao conseguir enxergar quase nada no horizonte do bairro. A únicas luzes vinham dos automóveis que se degladiavam nas avenidas sem saber de quem seria a preferência (ja que nao havia semáforos nem policiamento), parecia O caos para os motoristas.
Mas eis que chegam mensagens SMS no meu cel, amigos chamando pra andar de bicicleta e apreciar a cidade apagada. Era tudo que eu precisava, convite irrecusável, óbvio que eu tava louca pra ver de perto como a cidade estava reagindo, como as pessoas se comportavam, que cores teria a cidade agora.
Foto: Luddista
Tenho uma amiga que já dizia “os medos vem para nós como se fossem em cardápios de restaurante para que você escolha os seus” e definitivamente eu não escolhi o medo do escuro, nem do trânsito, nem de pessoas. E lá fomos nós. Itinerário: Vila Mariana, Av. Paulista, Rua Augusta, Anhangabaú, Sé, Luz, Lanchonete do Estadão.
Parece loucura mesmo, mas foi uma das decisões mais acertadas da minha vida. A cidade estava, no mínimo, estranha sem todas aquelas luzes. Um estranhamento que logo se transformou em admiração, deslumbramento, poesia. Sim, SP ficou poética no escuro, mágica, escondeu suas caras e cores pra mostrar outras belezas de formas e tamanhos.
Foto: Carlos Aranha
Pensei que fossemos os únicos, mas no caminho MUITOS ciclistas passeavam, curtiam, MUITOS pedestres transitavam, papeavam, esperavam o retorno da energia pra subir os 20 andares de elevador. Bom,o que vimos foi uma São Paulo tranquila, diferente, que só não estava mais sossegada e silenciosa graças ao desepero dos motoristas que, isolados em suas bolhas -metálicas-blindadas, esqueceram de apreciar aquela paisagem que talvez nunca mais se repita.
E mais uma vez senti orgulho de ter adotado a bicicleta como forma de vida!
SAMPA está fazendo mto bem a vc...
ResponderExcluirVc está aproveitando tds os eventos, tdas as situações, as boas, as ruins...
Que legal Nine...
Ah... muitas histórias pra contar qndo voltar...
ResponderExcluirbjão... saudade de vc aqui