segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Mais um olhar sobre o #apagão

com um pouco de atraso....



Foto: Luddista

O que ocorreu na noite do dia 11 de novembro foi mais do que um fato incomun, foi praticamente um evento histórico, um dia que jamais vou esquecer. Talvez o momento que mais senti o verdadeiro acolhimento que a cidade de São Paulo teve comigo, pra mim.

Quarta-feira, 22h, estava na casa de uns amigos, Vila Mariana, recém casados e recém chegados da Lua-de-mel no Caribe. Papeamos, jantamos, vimos fotos e videos da viagem quando de repente PUMBA! Apagou tudo. Achavamos que a queda de energia tivesse sido no prédio ou (na maximo) no quarteirão, até olhar pela janela e nao conseguir enxergar quase nada no horizonte do bairro. A únicas luzes vinham dos automóveis que se degladiavam nas avenidas sem saber de quem seria a preferência (ja que nao havia semáforos nem policiamento), parecia O caos para os motoristas.

Mas eis que chegam mensagens SMS no meu cel, amigos chamando pra andar de bicicleta e apreciar a cidade apagada. Era tudo que eu precisava, convite irrecusável, óbvio que eu tava louca pra ver de perto como a cidade estava reagindo, como as pessoas se comportavam, que cores teria a cidade agora.

Foto: Luddista

Tenho uma amiga que já dizia “os medos vem para nós como se fossem em cardápios de restaurante para que você escolha os seus” e definitivamente eu não escolhi o medo do escuro, nem do trânsito, nem de pessoas. E lá fomos nós. Itinerário: Vila Mariana, Av. Paulista, Rua Augusta, Anhangabaú, Sé, Luz, Lanchonete do Estadão.

Parece loucura mesmo, mas foi uma das decisões mais acertadas da minha vida. A cidade estava, no mínimo, estranha sem todas aquelas luzes. Um estranhamento que logo se transformou em admiração, deslumbramento, poesia. Sim, SP ficou poética no escuro, mágica, escondeu suas caras e cores pra mostrar outras belezas de formas e tamanhos.

Foto: Carlos Aranha

Pensei que fossemos os únicos, mas no caminho MUITOS ciclistas passeavam, curtiam, MUITOS pedestres transitavam, papeavam, esperavam o retorno da energia pra subir os 20 andares de elevador. Bom,o que vimos foi uma São Paulo tranquila, diferente, que só não estava mais sossegada e silenciosa graças ao desepero dos motoristas que, isolados em suas bolhas -metálicas-blindadas, esqueceram de apreciar aquela paisagem que talvez nunca mais se repita.

E mais uma vez senti orgulho de ter adotado a bicicleta como forma de vida!


2 comentários:

  1. SAMPA está fazendo mto bem a vc...
    Vc está aproveitando tds os eventos, tdas as situações, as boas, as ruins...
    Que legal Nine...

    ResponderExcluir
  2. Ah... muitas histórias pra contar qndo voltar...


    bjão... saudade de vc aqui

    ResponderExcluir

conte sua história, mas com educação por favor...